Menos de um mês depois de anunciar que estava preparando sua saída da XP, do qual é sócio há três anos, o Itaú Unibanco deve adotar uma postura mais agressiva em sua plataforma de investimentos. Hoje anunciará um novo modelo de assessoria de investimento.
O movimento condiz com as críticas feitas, em propagandas de TV aberta, direcionadas a um dos pilares do negócio da XP: a distribuição via agentes autônomos. O banco questionou a remuneração desses profissionais, feita por meio de comissionamento. Assim, esse profissional poderia indicar ao cliente um produto com a melhor remuneração para ele –- e não necessariamente para o dono dos investimentos. A XP, na época, rebateu também com críticas ao banco e ao seu modelo de negócios.
O Itaú tem demonstrado o caminho que pretende seguir. O banco lançou no mês passado um aplicativo exclusivo para investimentos, batizado de íon. Em paralelo, o Itaú já deu tração para sua saída da XP. Neste mês, contratou o JPMorgan para coordenar a oferta subsequente (follow on) de uma fatia de 5% que possui na maior corretora do país. Será o suficiente para mais do que pagar o valor que desembolsou há poucos anos, cerca de R$ 6 bilhões, quando comprou um total de 49,9% da companhia.
O restante de sua fatia de 41% será segregada e direcionada a uma nova empresa, batizada de NewCo, que será listada na B3. As ações dessa empresa serão então distribuídas a seus acionistas. Ou seja: cada acionista do maior banco da América Latina definirá se seguirá como acionista da XP. Procurado, Itaú não comentou. (de O Estado de S. Paulo)
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